Embora cada renderização vazada e teaser de marketing para o próximo lançamento do smartphone do Google possa fazer o Pixel 10 parecer uma reprise de um ano atrás, o diabo aparentemente está nos detalhes. Mesmo deixando de lado a rodada habitual de melhorias de software — das quais apenas algumas começaram a vazar — fica claro que o Google tem alguns truques de hardware na manga. O principal deles é o suporte nativo Qi2 , que deve trazer suporte para carregadores magnéticos, carteiras, suportes e muito mais para todos os dispositivos da linha Pixel 10.

Se você já usou algo mais novo que o iPhone 12 — ou se já gastou dinheiro em uma capa compatível com MagSafe para todos os tipos de dispositivos Android — já sabe como acessórios magnéticos são ótimos. Vimos algumas marcas, incluindo Samsung e OnePlus, mergulharem no mundo do suporte Qi2, mas essa sensação de entusiasmo diminui consideravelmente quando você percebe que precisa dessas capas para que qualquer uma dessas ferramentas funcione. Com exceção de um ou dois casos atípicos , a linha Pixel 10 será o primeiro grande dispositivo Android a incluir o conjunto magnético do Qi2 dentro do próprio smartphone, com o único sacrifício sendo um pequeno (e, na minha opinião, valioso) aumento na espessura .

Mas eu quero mais. Veja bem, a decisão do Google de reutilizar a linguagem de design da linha Pixel 9 do ano passado traz um potencial adicional agora que todos os quatro telefones têm ímãs embutidos escondidos logo abaixo da superfície: a chance de trazer de volta uma ideia que a Motorola abandonou no final da década passada. É isso mesmo, fãs do Pixel — é hora do Google reviver os Moto Mods.

Os Moto Mods pareciam estar muito à frente de seu tempo, o que provavelmente é o motivo pelo qual não deram certo

Os Moto Mods, para quem não se lembra, chegaram com o Moto Z em 2016. A série emblemática da Motorola tinha alguns truques bem legais na manga, combinando um chassi incrivelmente fino — mesmo para os padrões atuais — com uma linha de acessórios magnéticos. Ao contrário das tentativas anteriores de projetar um smartphone modular, os Moto Mods eram intercambiáveis; enquanto os “Friends” da LG exigiam abrir o compartimento da bateria do G5, os Moto Mods eram, em muitos aspectos, mais parecidos com os acessórios MagSafe e Qi2 que conhecemos e amamos hoje.

Na verdade, a queda dos Moto Mods não teve nada a ver com o seu bom funcionamento, mas sim com a limitação de tal linha de produtos. A Motorola oferecia Mods apenas na série Z, que teve vários lançamentos principais e spin-offs entre 2016 e 2019. O entusiasmo inicial da empresa — incluindo a promessa de uma oferta de um milhão de dólares para o melhor desenvolvedor terceirizado de Mods — havia se dissipado em 2018 , resultando em demissões em sua equipe sediada em Chicago e no eventual fim da série Z após seu modelo de quarta geração.

Francamente, a Motorola era a empresa errada para fazer isso. Na época, o maior sucesso da empresa — tanto de crítica quanto comercial — era sua série G, acessível. Mesmo após sua separação do Google, a Motorola já fabricava smartphones básicos e intermediários bem antes das séries Galaxy A e Pixel A roubarem seu sucesso. O Moto Z e seus sucessores não eram ruins , mas o foco em acessórios caros e as concessões do sistema modular magnético eram evidentes desde o início.

O Google pode cumprir a promessa do Moto Mods — mesmo que não seja uma recriação perfeita

A linha Pixel 10 parece feita sob medida para uma reinicialização no estilo Moto Mods. Obviamente, ele tem ímãs embutidos, assim como o Moto Z original. Ele tem um nome chamativo e memorável, “Pixelsnap”, que deve incluir vários acessórios originais opcionais, além de todos os acessórios MagSafe/Qi2 de terceiros já disponíveis no mercado. E, em vez de começar com uma série de smartphones totalmente nova, o Google parece estar integrando esse suporte diretamente em toda a sua linha principal de 2025, praticamente garantindo muito mais atenção do que os Moto Mods jamais receberam.

Mas, para mim, o maior fator é o design do Pixel 10. Vazamentos e teasers mostram o Google reutilizando o design do ano passado, completo com o mesmo relevo quadrado e saliente para a câmera que, quando combinado com ímãs, lembra surpreendentemente o Moto Z. Essa série de telefones usava seu grande relevo circular para a câmera para ajudar a segurar os acessórios no lugar, algo que poderia ser facilmente recriado no Pixel 10, 10 Pro e 10 Pro XL. O Google tem muitas cores novas, mas eu adoraria ver uma série de complementos originais do tipo Style Shell para oferecer um pouco mais de personalização.

Parece-me uma combinação perfeita. Ainda assim, não vou fingir que não há algumas deficiências óbvias aqui, tanto em comparação com os próprios Moto Mods quanto com a forma como algo semelhante funcionaria com o Pixel 10.

Não consigo entender um motivo para o Google deixar de adotar alguns dos melhores conceitos da Motorola de uma década atrás de uma forma mais moderna. Nem todos os acessórios precisam estar perfeitamente alinhados com o telefone — já vimos isso há anos com baterias MagSafe e Qi2. No entanto, existe a oportunidade para que tanto o Google quanto outros fabricantes de capas se apoiem fortemente em algumas ideias meio esquecidas de 2016. Embora eu duvide que algum dia veremos os Moto Mods voltarem à vida com o mesmo tipo de capacidade surpreendente, o Pixel 10 certamente parece ser o momento certo para tentar.